Brasil lança turistômetro que marca chegada de turistas estrangeiros em tempo real

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O Brasil recebeu mais de 9 milhões de turistas estrangeiros em 2025, um marco inédito alcançado antes mesmo do fechamento do ano, segundo dados divulgados pelo Ministério do Turismo em parceria com a Embratur. Esse marco é registrado pelos “Turistômetros”, painéis que mostram em tempo real a projeção de chegadas internacionais, instalados na Orla de Copacabana e na Esplanada dos Ministérios no último mês de novembro.

Mais do que um número, essa marca sinaliza visibilidade global e potencial econômico para o setor. No entanto, esse dado merece ser acompanhado com atenção analítica, porque ainda faltam informações qualitativas e transparência que possam embasar políticas e estratégias mais robustas.

Hoje sabemos quantos turistas entram no país, mas sabemos pouco sobre quem são, de onde vêm, para onde vão, quanto tempo ficam e quanto gastam. “Sem esse detalhamento, fica difícil transformar esse crescimento em políticas públicas mais assertivas e em decisões estratégicas para toda a cadeia do turismo”, pondera Alice Assad.

Esse é um ponto que a professora Mariana Aldrigui enfatiza há meses, destacando, por exemplo, como o aumento de visitantes tem forte correlação com mercados vizinhos, especialmente o argentino.

Em países como a Colômbia, onde estava recentemente, por exemplo, essa análise é muito mais granular: há conhecimento claro sobre origem, propósito, trajetos e comportamento dos visitantes, informações que fortalecem toda a cadeia de valor do turismo, desde políticas públicas até operadores, guias e comunidades locais.

No Brasil, ainda há muitas camadas de discussão que nos colocam em uma posição de transparência parcial. Mesmo assim, há motivo para ser otimista: esse marco mostra que há atenção e intenção em monitorar melhor o setor. O próximo passo é evoluir na qualidade dos dados, para que os números se transformem em estratégias, impacto econômico e desenvolvimento sustentável.

O sucesso do Turistômetro e o futuro do turismo brasileiro

O sucesso do “turistômetro” vai além da contagem de visitantes. A ferramenta, que utiliza projeções de inteligência artificial para atualizar os dados em tempo real, simboliza um esforço de modernização na gestão do turismo nacional. Os painéis, localizados em pontos estratégicos de Brasília e do Rio de Janeiro, não apenas celebram os números, mas também funcionam como um termômetro do potencial turístico brasileiro.

O recorde de mais de 9 milhões de turistas em 2025, superando em 30% a projeção do Plano Nacional de Turismo, é um reflexo direto de estratégias bem-sucedidas. A ampliação da malha aérea em 16% no mesmo ano foi um fator crucial para esse crescimento, facilitando o acesso de visitantes de diversas partes do mundo. 

A Argentina se consolidou como o principal país emissor, com um aumento de 82% no número de turistas em relação a 2024, seguida por Chile e Estados Unidos.

Com a expectativa de gerar mais de US$8 bilhões em 2025, o turismo internacional se firma como um pilar econômico vital para o Brasil. O desafio agora é, como apontado anteriormente, aprofundar a análise desses dados. A implementação de sistemas como o “Turistômetro SITUR”, que compara indicadores de turismo entre os estados, é um passo importante nessa direção. 

A análise granular sobre o perfil e o comportamento dos turistas permitirá a criação de políticas públicas mais eficazes e o fortalecimento de toda a cadeia do turismo, desde as grandes operadoras até os guias e comunidades locais. O futuro do turismo brasileiro depende da nossa capacidade de transformar números em inteligência e estratégia.

Perspectivas para 2026: rumo a novos recordes

Com a proximidade de 2026, as expectativas para o setor de turismo são ainda mais otimistas. O governo federal, por meio do Plano Nacional de Turismo, estabeleceu metas ambiciosas: alcançar a marca de 10 milhões de visitantes internacionais e uma receita de US$8,1 bilhões até 2027. O ano de 2026 é visto como crucial para a consolidação dessa trajetória de crescimento.

Para atingir esses objetivos, a Embratur intensificará a promoção do Brasil em 25 mercados estratégicos, com foco em sustentabilidade e diversidade cultural, através do “Plano Brasis”. Uma das principais iniciativas é o estímulo à conectividade aérea e a comercialização de destinos que fogem do tradicional, buscando um turismo mais regenerativo e inclusivo.

A robustez do “Plano Brasis” é reforçada por sua concepção colaborativa, que demonstra a autoridade e a expertise por trás da estratégia. O plano foi desenvolvido com o apoio técnico de instituições de renome como a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Sebrae, e contou com um amplo processo de escuta que envolveu mais de 2.400 respondentes do setor, incluindo gestores públicos, empresários, pesquisadores e representantes de companhias aéreas e redes hoteleiras. 

Essa abordagem não apenas valida a estratégia, mas também garante que ela esteja alinhada com as experiências autênticas e sustentáveis que os turistas modernos procuram, fortalecendo a confiança no futuro do turismo brasileiro.

O Ministério do Turismo, por sua vez, aposta em ações concretas como a implementação do visto eletrônico para turistas chineses, uma medida que promete destravar um mercado de altíssimo potencial. Além disso, o órgão busca engajar o poder legislativo, através da Cartilha Parlamentar 2025/2026, para direcionar investimentos em infraestrutura turística e qualificação profissional.

 Embora o principal desafio continue sendo a ampliação da malha aérea internacional, o cenário para 2026 é de crescimento, com o Brasil se consolidando como o destino mais procurado da América do Sul.

Conclusão: de números a oportunidades concretas

O “turistômetro” é mais do que um painel de contagem; ele é o símbolo de uma nova fase para o turismo brasileiro, que celebra o sucesso ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de avançar. O recorde histórico de visitantes em 2025 serviu como um poderoso catalisador, movendo o debate do “quantos” para o “quem” e “como”. 

A transição de um otimismo baseado em números brutos para uma estratégia fundamentada em dados qualitativos, como proposto por especialistas e materializado em planos como o “Plano Brasis”, é o verdadeiro divisor de águas.

Ao aliar metas ambiciosas para 2026 com planejamento robusto, colaborativo e focado em sustentabilidade, o Brasil se posiciona para transformar seu imenso potencial turístico em desenvolvimento econômico duradouro e em experiências de viagem que encantem o mundo. O futuro do turismo nacional está sendo construído agora, sobre a base sólida da inteligência de dados e da visão estratégica.

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